Viticultura em Marrocos | Marrocos colorido Passeios e viagens

A viticultura em Marrocos e a plantação das primeiras vinhas remontam aos fenícios e à colonização romana. Antigamente, o principal meio de produção de vinho concentrava-se em torno de Volubilis, na região da atual cidade de Meknes.

Marrocos continua a ser uma das últimas vinhas selvagens do planeta. Já na antiguidade, Pausânias, o Periegete, notou que os habitantes de Lixus, cidade fundada pelos fenícios na margem direita do barranco de Loukkos, consumiam a fruta. Louis Levadoux indica que «Os berberes não descuram levante suplemento: quando chega o outono, a população de Guergour sobe às florestas do Atlas para colher as uvas das árvores, que comem frescas ou secas nas prateleiras».

Clique cá para reservar um lugar conosco para um tour de degustação de vinícolas.

O ampelógrafo conseguiu encontrar, no vale do Oued Titria, estes lambrusques conhecidos porquê Aneb djalia. Ele observa que “algumas delas apresentam uma poderoso semelhança com as castas cultivadas pelos berberes”.

Os primeiros vinhos foram produzidos por volta do século II a.C., durante a instalação dos entrepostos comerciais fenícios e gregos.

Foi a colonização romana que desenvolveu a viticultura em Marrocos, permitindo que os vinhos da Mauritânia fossem apresentados nas mesas patrícias. Esta província correspondia à segmento setentrião do atual Marrocos. Estendeu-se desde o setentrião, até Salé, até Volubilis no sul, e a leste no rio Oued Laou. As principais cidades foram Volubilis, Tingis (Tânger), Lixus (Larache) e Tamuda (Tetuão).

A conquista muçulmana não fez desvanecer a viticultura norte-africana. Privilegiou a uva de mesa. Os marroquinos, islamizados, berberes, quando chegaram à Península Ibérica, trouxeram as suas variedades. Um deles ainda é cultivado na Andaluzia, é o Faranat branco de Tunis, sabido na Espanha porquê maiorquino. Em Al Andalus, muitos agrónomos muçulmanos descreveram a viticultura, as diferentes castas andaluzas e os seus métodos de cultivo. As vinhas continuaram a produzir vinho, ao qual se juntou o vinho de palma, feito a partir de uvas secas e considerado não proibido. Todos os emires e califas de origem mourisca eram grandes bebedores e os palácios de Granada, Córdova, Sevilha, Medinaceli e Almeria eram famosos pelos seus vinhos e pelas bebidas que ali aconteciam.

Em Marrocos, os vários governantes muçulmanos toleraram as comunidades judaicas que residiam nos seus bairros, os mellah. Era lá que os judeus podiam tomar vinho, mas eram proibidos de vendê-lo. Muitos tinham seus próprios vinhedos. Al Hasan Ibn Muhammad Al Zayyati Al Fasi Al Wazzan, sabido porquê Leão, o Africano, observou em 1525 que em Taza esse era o caso de quinhentas famílias. As comunidades instaladas em Demnate, Mogador e Marrakech tinham os mesmos direitos de propriedade e vinificação.

As mesmas licenças foram concedidas aos cristãos residentes. Em primeiro lugar, aos mercenários do Sultão, uma milícia criada já no século VII, e em segundo lugar, ao corpo consular. No início do século XIV, os membros do Consulado de Génova tinham Fondouks em Ceuta, Arzila, Larache, Salé e Anfa. As tabernas vendiam vinho dos países do setentrião do Mediterrâneo. Nos estatutos de Marselha, de 1228, é mencionado que os Manduel vendem vinho da Provença em Ceuta. Leão, o Africano, no século XVI, estimou em duzentos o número destes estabelecimentos de bebidas em Fez. Ele também observou que “alguns homens tinham vinho à venda em suas casas, e cada varão podia usá-lo em silêncio, sem que o tribunal se ofendesse.

No Marrocos português (15 de agosto de 1415 – 11 de março de 1769), os portugueses plantaram vinhas quando se estabeleceram em Azemmour, Safi e El Jadida, um prenúncio dos atuais vinhedos de Doukkala.

Para a comunidade judaica marroquina, a produção de vinho continuou até o século XX. As vinhas eram cultivadas nos jardins. Porém, foi relatado que no final do protetorado a qualidade deste kosher era insatisfatória: “O vinho tinto kosher é abominoso, principalmente o vinho Dahlia feito pelo primo Salomon Amar. Não há produção de vinho kosher válida.”

Com a colonização do século XX, os franceses desenvolveram a viticultura em Marrocos, muito porquê na Argélia e na Tunísia. Uma vez que a filoxera devastou a maioria dos vinhedos europeus em 1875, os vinhedos foram criados no Setentrião da África por comerciantes franceses para se abastecerem de vinho. A eles juntaram-se rapidamente os seus colegas espanhóis e italianos.

Em Marrocos, a escolha do terreno foi preponderante e as vinhas plantadas nos solos arenosos das regiões de Chaouïa, Trifas e Sahels eram resistentes às doenças, pois o insecto não conseguia viver na areia. Algumas castas francesas foram enxertadas, a cultura tornou-se intensiva e, a partir de 1880, chegaram à Europa barcos inteiros carregados de uvas. Foi a partir de 1905 que os primeiros pinardiers saíram de Casablanca e desembarcaram nos portos europeus.

Foram selecionadas quatro castas porquê as mais adequadas aos terroirs para a produção dos vinhos pretendidos. Estes foram Grenache, Carignan, Cinsault e Alicante Bouschet. Levante foi o início da produção em volume da viticultura marroquina e da era dos vinhos medicinais de subida qualidade utilizados em blends. Antes da Primeira Guerra Mundial, 80.000 hectares eram cultivados com vinha, o que lhes oferecia um grande escoamento. A produção baseava-se logo no volume e não na qualidade, sendo muitos vinhos marroquinos enviados para Languedoc para enriquecer o texto alcoólico da produção em volume de vinhos de mesa nesta região vinícola. Daí a escolha de castas do Midi e de Espanha, grandes produtores, introduzidas pelos colonos

Em 1923, uma empresa belga abriu uma vinícola perto de Ben Slimane, na região de Casablanca. A primeira colheita ocorreu em 1927. Levante foi o início da moderna viticultura marroquina. Thalvin-Ebertec é o proprietário desta propriedade e leva o nome de Ouled Thaleb.

Neste período de prosperidade, a espaço de vinha ultrapassou os 55 milénio hectares com uma produção de 3.500.000 hectolitros. Domínios de várias centenas de hectares em torno de Meknes, Rabat, Tiflet e Khemisset. A frasqueira de Aït Souala, em Meknes, continua a ser testemunha e símbolo deste período de euforia.

No final da dezena de 1950, a espaço plantada com vinha ultrapassava os 65 milénio hectares e os rendimentos mais controlados reduziram a produção para 3 milhões de hectolitros.

Em 1956, com a independência, o reino marroquino herdou estas adegas e vinhas, mas a viticultura reduziu o seu domínio por razões culturais e religiosas.

Aliás, em 1967, o Tratado de Roma proibiu a mistura de vinhos comunitários europeus com estrangeiros, e Marrocos perdeu levante mercado e enfrentou uma crise de sobreprodução.

No entanto, esta medida deu um novo impulso à produção marroquina, obrigando os viticultores a desabitar o granel para recorrer à garrafa. Foi mal surgiram unidades de produção modernas onde se produziam castas de maior qualidade porquê chardonnay, roussanne, syrah, cabernet…

No início dos anos 2000, eram cultivados 12 milénio hectares para uma produção entre 350 milénio e 450 milénio hectolitros.

Só a região de Meknes representa quase metade da vinha marroquina. Levante período é marcado pela chegada do Castel gálico e pela geração do Domaine de la Zouina. O laboratório solene de análises químicas e pesquisas de vinhos está localizado em Casablanca. Desde logo, Marrocos é membro da Organização Internacional da Vinha e do Vinho. Em 2008, produziu 35 milhões de garrafas.

Desde 2011, o novo governo criou outro clima político menos favorável ao consumo de vinho pelos próprios marroquinos. O aumento dos impostos sobre as bebidas alcoólicas teve um efeito negativo, já que 85% da produção é sítio.

Apesar desta política restritiva, o vinho continua a ser um sector parcimonioso em expansão, com uma produção de mais de 40 milhões de garrafas por ano. Isto faz de Marrocos o segundo maior produtor de vinho do mundo mouro. Aliás, o setor vitivinícola gera 20 milénio empregos e rendeu, em 2011, 130 milhões de euros.

Exit mobile version